A beleza da ambiguidade

Pequeno (grande) ensaio sobre a «beleza da ambiguidade» ou de como, afinal, é possível sentir muito lucidamente:


Leonard Bernstein gives an introduction to Mozart's G Minor Symphony



8 comentários:

  1. Momentos deliciosos!
    Ouvi este post depois de responder ao anterior. Vê-se que este é uma sequência do penúltimo. O meu comentário se calhar até foi influenciado pelas imagens sem ter sido dado primazia ao som.
    Após o sentido/sentimento da audição e da beleza do momento, felicito-o por este post que é interessantíssimo sob o ponto de vista das palavras/ideias e da música. :)
    Bem haja!

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  2. Apaguei o anterior comentário porque estava duplicado, é que me pareceu que não tinha conseguido editar o primeiro comentário.
    Desculpe...:)

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  3. Aconteceu-me o mesmo. O Blogger engasgou... :-)

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  4. Para lá da gaguez do 3ºBernstein, à "beleza da ambiguidade" que, apesar de tudo, me parece um "pedido" ou intenção desejada, prefiro antes a "ambiguidade da beleza" (ou da obra de arte)que é mais afirmação, e assim permite melhor um contraditório. Claro que isto é apenas a subjectividade de cada um, e a raíz possa estar deslocada da intenção do seu título.

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  5. Entendo a sua objecção. Confesso que hesitei na tradução literal porque é indiscutível que, ao nível moral, ambiguidade tem outro sentido. Apesar de tudo optei por manter o original, não só por fidelidade ao autor mas também porque não encontrei uma palavra melhor para exprimir o sentido que «ambiguidade» aqui tem, e que me parece ser este: a beleza da 40ª do Mozart resulta da circunstância de existir, sob a superfície das frases musicais cromáticas, frases diatónicas, em perfeita (des)harmonia, o que é conseguido através do domínio e contenção de ambas as partes do todo, por forma a que se entrelacem, sem choques. Aliás, esta característica parece-me ser a que confere profunda genialidade à obra de Mozart.
    O sentir é caótico, a razão é geométrica, mas é possível «casá-los» e, a meu ver, Mozart demonstrou-o muito claramente. Julgo que é isso que Bernstein quer dizer, e eu concordo com ele.
    E daí a contradição com a afirmação do heterónimo de Pessoa.

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  6. Depois destes comentários não me atrevo a acrescentar grande coisa :) Gostaria, no entanto, de dizer que achei este seu exercício "demonstrativo" bastante sagaz.
    Obrigada e uma boa noite.

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  7. Parafraseando uma frase célebre, sempre lhe digo «olhe que não, olhe que não» :-), que é uma outra forma de dizer que os comentários são sempre muito bem vindos, em particular nos casos como este, em que não fico muito certo de ter conseguido convencer todos os meus estimados leitores da bondade das minhas razões. Muito obrigado, Sara, e uma boa noite para si também.

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