Curva cega

é sempre a mesma curva

cega, neste troço de pedra lascada,

não há como escapar

às primeiras chuvas

ao piso escorregadio dos olhos,

despiste, falésia mortal,

o coração não entende

sinais vermelhos.

Renata Correia Botelho, 
in revista Telhados de Vidro nº 2, p. 39, Averno, Lisboa, Maio 2004, 
respigado aqui e com agradecimento a APS, que recomendou.


9 comentários:

  1. Eu é que lhe agradeço a magia encantatória deste enlace, profundo.

    ResponderEliminar
  2. Li-o quatro ou cinco vezes, levantei-me, fui buscar um caderninho que por cá tenho e transcrevi-o, ao som da música que cá deixou. Há inícios de dia auspiciosos.
    Muito obrigada!

    ResponderEliminar
  3. Às vezes acontece.
    Lindo poema. Tenho memso de encontrar alguma coisa desta Renata Correia Botelho.

    ResponderEliminar
  4. Já tinha lido este poema no "as folhas ardem". É muito bonito. Mais um novo valor da poesia que se faz por cá.

    ResponderEliminar
  5. Vale a pena, MR. Eu encontrei hoje e comprei! :-)

    É verdade, Analima. Eu fiz o dois em um: fui ter ao blog quando «googlei» a Renata.

    ResponderEliminar
  6. Este poema é mesmo muito lindo. Obrigada!

    ResponderEliminar
  7. O poema é lindo!
    "A curva ... é sempre a mesma curva"

    A música acompanha a melancolia do poema.
    Apesar do brilho do dia ser intenso, descortinei uma pérola a rolar pela vidraça da janela...

    Obrigada por este momento!

    ResponderEliminar