Só à laranja e aos gregos é concedida
uma salvação circular. Esquecer
para melhor saber, odiar
para melhor amar, eis os dois princípios
da sua paciência mais avançada.
E só os gregos podem pisar essas lajes
ameaçadas. Nós, os romanos,
sua herança encalhamos nos ramos das árvores
como precisamos do telefone, dos sinais de trânsito,
do computador, do cimento armado, do plástico,
do robot
para estudarmos o clima e entrarmos na sabedoria
dos arvoredos onde estamos ocultos.
(...)
Luís Filipe Rodrigues, dizer de véspera, Círculo da poesia - Morais Editores, p.22.