Cantilena doce

Nonagésimo dia que não fosse
e como sê-lo ainda cantilena
doce nos ouvidos vento insone
ó maravilha sobreposta amena

por tanta cela amarga no regresso
de cada ramo tenro. Este arredio
pássaro preso de quantas breves sílabas
cortantes a moverem-se de exílio.

Ou na sombra repete como ver-te
concertina da noite quase cega
à minha voz e só para contigo
essa música nova que se abria

ó toda toda feita de sossego
por sobre o coração fundo e ferido.

Alberto Soares, Escrito para a noite, INCM, p.41


8 comentários:

  1. Tenho uma muito especial predilecção por este poeta, APS. O prazer é meu.

    Meu Caro NanBanJin, é um prazer encontrá-lo por aqui. Um grande abraço.

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  2. bacana o seu blog !
    voltarei sempre aqui!

    abraços !

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  3. Obrigado, Moisés Poeta! Abraços para si tb

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  4. Também gostei deste acompanhamento de Dave Brubeck.

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  5. Queria eu dizer da conjugação entre o poema e a música.

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