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20/04/25

Uma após uma as ondas apressadas

 



Uma após uma as ondas apressadas

Enrolam o seu verde movimento

E chiam a alva espuma

No moreno das praias.

Uma após uma as nuvens vagarosas

Rasgam o seu redondo movimento

E o sol aquece o espaço

Do ar entre as nuvens escassas.

Indiferente a mim e eu a ela,

A natureza deste dia calmo

Furta pouco ao meu senso

De se esvair o tempo.

Só uma vaga pena inconsequente

Pára um momento à porta da minha alma

E após fitar-me um pouco

Passa, a sorrir de nada.

23-11-1918

Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994). 

 - 78.

08/03/25

Aguardo, equânime, o que não conheço —

Aguardo, equânime, o que não conheço —

Meu futuro e o de tudo.

No fim tudo será silêncio, salvo

Onde o mar banhar nada.

13-12-1933

Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. 




12/08/12

Os deuses

Os deuses são felizes.

Vivem a vida calma das raízes.

Seus desejos o Fado não oprime,

Ou, oprimindo, redime

Com a vida imortal

Não há sombras ou outros que os contristem.

E, além disto, não existem…

 Ricardo Reis



26/04/10

Equilíbrio



(...) Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente. Por isso pouco sentiam. Daí a sua perfeita execução da obra de arte. Para executar a obra de arte com perfeita perfeição é preciso não sentir excessivamente a beleza que se vai esculpir.(...)

Ricardo Reis, O Regresso dos Deuses, Arquivo Pessoa - obra édita (on line)

O Sentimento Fractal

   Aqui, no centro do mundo, uma ordem parece nascer do Caos. Existem padrões na agitação rebelde das coisas, padrões que se repetem em toda...