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13/10/10

Cantilena doce

Nonagésimo dia que não fosse
e como sê-lo ainda cantilena
doce nos ouvidos vento insone
ó maravilha sobreposta amena

por tanta cela amarga no regresso
de cada ramo tenro. Este arredio
pássaro preso de quantas breves sílabas
cortantes a moverem-se de exílio.

Ou na sombra repete como ver-te
concertina da noite quase cega
à minha voz e só para contigo
essa música nova que se abria

ó toda toda feita de sossego
por sobre o coração fundo e ferido.

Alberto Soares, Escrito para a noite, INCM, p.41


A mão invisível do vento roça por cima das ervas. [ À la manière de A. Caeiro ]

A mão  A  A mão invisível do vento roça por cima das ervas. Quando se solta, saltam nos intervalos do verde Papoilas rubras, amarelos malmeq...