Mostrar mensagens com a etiqueta Juan Ramón Jimenez. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Juan Ramón Jimenez. Mostrar todas as mensagens

25/12/11

Natal

E nessa luz estás tu;
mas eu não sei onde estás,
não sei onde está a luz.

Juan Ramón Jimenez, Antologia Poética
trad. José Bento, Relógio D'Água, p.162




Para APS, MR e Ana, com votos de Boas Festas.

15/05/11

E tocará esse piano

Eu não voltarei. E a noite
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.


Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar por minha alma.

Ignoro se alguém me aguarda
de ausência tão prolongada,
ou beija a minha lembrança
entre carícias e lágrimas.

Mas haverá estrelas, flores
e suspiros e esperanças,
e amor nas alamedas,
sob a sombra das ramagens.

E tocará esse piano
como nesta noite plácida,
não havendo quem o escute,
a pensar, nesta varanda.

Juan Ramón Jimenez, Antologia Poética, trad. José Bento,
Relógio D'Água, p.31-32


11/02/11

Saudade

A Viagem Definitiva

...E eu irei. E ficarão os pássaros
cantando;
ficará o quintal, com sua verde árvore
e seu poço branco.

Todas as tardes o céu será azul, tranquilo;
e tocarão, como esta tarde tocam
os sinos no campanário.

Morrerão aqueles que me amaram
e a terra será nova cada ano;
e naquele meu canteiro florido e caiado
o meu espírito há-de pairar nostálgico...

E eu irei; estarei só, sem lugar, sem árvore
verde, sem o poço branco,
nem céu azul e plácido...
E os pássaros ficarão cantando.

Juan Ramón Jimenez, Poemas agrestes, 1910-1911, trad. Alberto Soares

Indecentemente surripiado ao Arpose, alegando como causa exculpativa os muitos dias de saudade da poesia, que me consome...


Pantha rei

  Nenhum homem consegue banhar-se duas vezes no mesmo rio .  Porque não é o mesmo homem, nem é o mesmo rio. Tudo flui.    Heraclito, em vers...