Contínua realidade que me sorves os dias
como hei-de responder-te se vives incluída
dos meus olhos abertos nas ávidas e frias
pedras incertas da vida
prisioneira do espelho que embacias
de cada vez que a turva suicida
torna ao morrer visíveis
as formas com que comes os meus dias
Gastão Cruz, As Leis do Caos, Assírio e Alvim, p.22
Um envoi especial para o Arpose, no seu primeiro aniversário
A voragem do tempo.
ResponderEliminar"Que farei no outono quando ardem/ as aves e as folhas e se chove/ é sobre o corpo descoberto que arde/ a água do outono..." (G.Cruz,"As Aves",pg.25). Reflexos comuns de Mafra, tropa: G.C. em Out-Dez67; a minha, mais modesta, Jan-Mar68.Mas que posso decalcar dos versos de G.C., com a ressonância sempre grata de Sá de Miranda na epígrafe desse soneto ("Que farei quando tudo arde?").
Muito obrigado, c.a..
A voragem do tempo, sim... Atrasei-me. Devia ter sido no dia 11... Odeio que isto aconteça (e às vezes acontece-me). As minhas desculpas, APS.
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