01/03/25
Cantiga X
Até quando me tereis
N'esta dor que por vos quis?
Os serviços que vos fiz
Quando mos perdoareis?
Não ser vosso não é em mim.
Isto quereis mo acoimar?
Pera a alma, vossa sem fim?
Se me tanto mal fazeis
Por serviços que vos fiz,
O bem que vos quero e quis,
Quando mo perdoareis?
Francisco de Sá de Miranda
22/02/25
«HÁ UMA LIGAÇÃO SECRETA entre a lentidão e a memória, entre a velocidade e o esquecimento», escreve Milan Kundera, no seu romance A Lentidão. Ao ler esta frase, identifico-me com o seu texto.
Kundera descreve um homem que caminha por uma rua, tentando lembrar-se de uma coisa que esqueceu. Nesse momento, diminui automaticamente a velocidade. Um outro homem, que está a tentar esquecer-se de uma experiência desagradável que acabou de ter, faz precisamente o oposto: aumenta o ritmo da sua passada sem pensar duas vezes, como se quisesse fugir daquilo que acabou de sentir.
Kundera exprime e reformula esses exemplos por meio da matemática existêncial e de duas equações: «O grau de lentidão é directamente proporcional à intensidade da memória; o grau de velocidade é directamente proporcional à intensidade do esquecimento.»
Erling Kagge, A Arte de Caminhar, trad. de Miguel de Castro Henriques, Quetzal Editores, p.51
18/01/18
Ode
'Dreamers of Dreams' from LIGHT COLOUR SOUND on Vimeo.
23/12/16
O eremita viajante
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foto respigada aqui |
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Na era Jôkio, durante a oitava lua, deixei a minha modesta casa junto ao rio. O vento era muito frio.
O vento rasga-me o corpo
até ao coração -
que tempo este!
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Deixando as sandálias num lugar e o saco num outro, mas ainda viajando quando o ano termina.
quando o ano está a acabar
agarro no meu chapéu
e calço as minhas sandálias de palha
Matsuo Bashô, O eremita viajante [haikus - obra completa], organização e versão portuguesa Joaquim M. Palma, Assírio & Alvim, p. 95 e 105
26/05/14
Amizade
01/01/14
O princípio
05/08/13
04/08/13
Nota breve
25/05/13
21/04/13
6 motivos para 1 cenário
Uma leitosa neblina sobre o rio.
A gaivota sobrevoando, alta.
Um fiozinho de música que vai pela manhã, como uma voz sem sílabas.
Alguém que se debruça na janela, para ver o rio.
O melro que levanta, em direcção ao dia.
Alberto Soares, aqui
03/03/13
O futuro
Lembro-me de ti...
Lembro-me de ti... Na escuridão profunda da memória, o teu olhar ilumina a estrada percorrida na história da minha vida. E sinto, em mim, ...

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BY ARTHUR O'SHAUGHNESSY We are the music-makers, And we are the dreamers of dreams, Wandering by lone sea-breakers And sitt...
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Donald Wolfit, Hamlet , 1936 «Para lá do organizado, do metódico, das horas certas, dos acontecimentos de calendário, das festas com os pr...
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Aos domingos, iremos ao jardim. Entediados, em grupos familiares, Aos pares, Dando-nos ares De pessoas invulgares, Aos domingos i...