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21/04/25

Que farei eu quando tudo arde?

 


Amor bravo e rezão dentro em meu peito
Têm guerra desigual. Amor, que jaz
I ja de muito tempo, manda e faz
Tudo o que quer a torto ou a dereito.

Não espera rezão; tudo é despeito,
Tudo soberba e força; faz e desfaz
Sem respeito nenhum; nunca está em paz;
Quando cuidais que sim, tudo é desfeito.

De outra parte a rezão tempos espia
Aqueles, quando traz de tarde em tarde
Força de sem rezão e milhor dia.

Não tem Amor lugar certo onde aguarde:
Antão trata treiçõis nesta agonia.
Triste, que farei eu quando tudo arde?

Francisco de Sá de Miranda, Poesias de, Edição de Carolina Michaëlis de Vasconcelos, INCM, p.68-69  


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