Depois de me ter debatido, depois de ter esgotado os meus grandes ares de insolência, desanimado com a inutilidade dos meus esforços, decidi abandonar o convívio dos homens. Não, não procurei ilhas desertas, já não há. Refugiei-me unicamente junto das mulheres. Bem sabe, elas não condenam verdadeiramente nenhuma fraqueza: tentariam de preferência humilhar ou abater as nossas forças. Eis por que a mulher é a recompensa, não do guerreiro, mas do criminoso. É o seu porto de enseada, é no leito da mulher que ele é geralmente detido. Não será ela tudo o que nos resta do paraíso terrestre?
Albert Camus, A Queda, Editora Livros do Brasil, p.78
Magnífico o quadro de Dino Valls. Lindo...lindo!
ResponderEliminarO texto é belo e amargo ao mesmo tempo. É profundo e fala nas paixões que são um verdadeiro enigma.
Com um olhar mais ligeiro, adorei a última frase! :)
Obrigada pela beleza que hoje fez entrar pela minha janela!
Perante o texto e principalmente este quadro nada consigo dizer: silêncio...
Obrigado, Ana. Fico feliz por saber que gostou :-)
ResponderEliminar