23/12/16

O eremita viajante

foto respigada aqui


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Na era Jôkio, durante a oitava lua, deixei a minha modesta casa junto ao rio. O vento era muito frio.

O vento rasga-me o corpo
até ao coração -
que tempo este!

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Deixando as sandálias num lugar e o saco num outro, mas ainda viajando quando o ano termina.

quando o ano está a acabar
agarro no meu chapéu
e calço as minhas sandálias de palha

Matsuo Bashô, O eremita viajante [haikus - obra completa], organização e versão portuguesa Joaquim M. Palma, Assírio & Alvim, p. 95 e 105



A mão invisível do vento roça por cima das ervas. [ À la manière de A. Caeiro ]

A mão  A  A mão invisível do vento roça por cima das ervas. Quando se solta, saltam nos intervalos do verde Papoilas rubras, amarelos malmeq...