Nils Petter Molvaer - On stream, album Khmer
29/04/10
Ilusões e desilusões (2)
Aquilo que aqui vemos manifestado ou executado são sombras passageiras de algo que está por trás, e (...) quando esse algo não for conclusivamente apreendido pela nossa experiência, o sentido das sombras passageiras nunca será adequadamente reconhecido e apreciado.
D.T. Suzuki
A tarefa da ciência tem sido descobrir coisas que são muito diferentes daquilo que parecem.
Sir Arthur Eddington
[Thomas J. Macfarlane, «Einstein e Buda - Palavras Comuns», Estrela Polar, p.119 e 113]
26/04/10
A beleza da ambiguidade
Pequeno (grande) ensaio sobre a «beleza da ambiguidade» ou de como, afinal, é possível sentir muito lucidamente:
Leonard Bernstein gives an introduction to Mozart's G Minor Symphony
Equilíbrio
(...) Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente. Por isso pouco sentiam. Daí a sua perfeita execução da obra de arte. Para executar a obra de arte com perfeita perfeição é preciso não sentir excessivamente a beleza que se vai esculpir.(...)
Ricardo Reis, O Regresso dos Deuses, Arquivo Pessoa - obra édita (on line)
Ricardo Reis, O Regresso dos Deuses, Arquivo Pessoa - obra édita (on line)
25/04/10
O futuro o ouvirás, quando surgir
O que depois se passou, nem o vi, nem o digo.
Mas não são vãs as artes de Calcas.
Aos que sofreram concede a Justiça
que fiquem a saber. O futuro
o ouvirás, quando surgir. Antes disso, esqueçamo-lo,
que o mesmo vale que começar logo a gemer.
Virá claramente com a luz que o vir nascer.
Seja bem sucedida, depois disto, a acção,
como desejada essa fortaleza,
reduto último e mais próximo da terra de Ápis!
Baquílides, Agamémnon, 248-257,
in Hélade - Antologia da Cultura Grega, organização e tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, Guimarães Editores, p.227
22/04/10
Genesis
Há uma força que só em ti repousa
é inútil cansá-la adormecer cegar
o seu destino. Porque não transige
nem se apazigua.
é inútil cansá-la adormecer cegar
o seu destino. Porque não transige
nem se apazigua.
Alberto Soares, Escrito para a noite, INCM, p.35
20/04/10
Divagações (1)
Les femmes préfèrent les emotions à la raison, c'est tout simple: comme en vertu de nos plats usages, elles ne sont chargées d'aucune affaire dans la famille, la raison ne leur est jamais utile, elles ne l'éprouvent jamais bonne à quelque chose.
Stendhal, De L'Amour, Editions au Grand Passage, Geneve, p.17
Havia em Atenas uma moça chamada Hipácia, de entendimento tão superior que ensinava retórica publicamente. Conheceu Hipácia que um dos seus discípulos se achava perdidamente enamorado dela, porém que o respeito lhe impedia que se explicasse. O estado a que ele chegou lhe fez compaixão, vendo que ameaçava trágico fim. Chamou-o Hipácia particularmente a sua casa e depois de lhe dizer com toda a doçura que ela tinha adivinhado o segredo do seu mal, no que ele logo consentiu, lhe descobriu o seu corpo em hora que as mulheres têm o maior cuidado em ocultá-lo e disse-lhe: "Aqui tendes, meu filho, o horror que vós amais". O discípulo, interdito e confuso, se lançou a seus pés, e pedindo-lhe perdão prometeu emendar-se da sua paixão e assim o fez.
Cavaleiro de Oliveira, Cartas, selecção, prefácio e notas de Aquilino Ribeiro, Livraria Sá da Costa, p.77 A razão é como uma mulher honestíssima e sem parentes, que em tudo está falta de auxílio e de liberdade.
Agustina Bessa-Luís, Dicionário Imperfeito, Guimarães Editores, p.247
18/04/10
O pélago
respigada aqui
Passava os dias sentado nas falésias da margem,
[sacudido pelo pranto, pelos suspiros e dores,]
olhando o pélago estéril, e deixando cair as lágrimas.
[sacudido pelo pranto, pelos suspiros e dores,]
olhando o pélago estéril, e deixando cair as lágrimas.
Odisseia (V,156-158)
«Hélade - Antologia da Cultura Grega», organização e tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, Guimarães Editores, p.81.
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