18/02/12
01/01/12
As Fúrias
(...) O futuro
o ouvirás, quando surgir. Antes disso, esqueçamo-lo,
que o mesmo vale que começar logo a gemer.
Virá claramente com a luz que o vir nascer.
Seja bem sucedida, depois disto, a acção, (...)
Ésquilo, Agamémnon, 248-257,
in Hélade - Antologia da Cultura Grega, org. e trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Guimarães Ed., p.227
25/12/11
Natal
E nessa luz estás tu;
mas eu não sei onde estás,
não sei onde está a luz.
Juan Ramón Jimenez, Antologia Poética,
trad. José Bento, Relógio D'Água, p.162
21/12/11
Perversa Idade
Apenas isso: vinha
e não sabia
que tempestade a mais
vinha com ela
Alberto Soares, Escrito para a noite, INCM, p.20
24/11/11
In memoriam
Trovas do Rei Afonso X (1221-1284), rei de Castela e Leão, cujo aniversário o Arpose lembra aqui, no dia em que faleceu Montserrat Figueras, soprano
20/11/11
Saltério
Sôbolos rios que vão por Babilónia, sentados
chorámos as lembranças de Sião,
e nos salgueiros pendurámos as harpas
contra o vento.
Herberto Helder, O Bebedor Nocturno - poemas mudados para português,
Assírio & Alvim, p.15
07/11/11
Outono
Vibram sílabas ao vento e os cabelos
brancos esvoaçam como aves fustigadas,
frágeis e furtivas
para sul.
Águas rompem de um incerto futuro
como as pedras ficam
quietas para sempre, conformadas
no infinito.
Sobe da terra um bafo morno,
materno, cada vez mais frio,
e a morte é a grande abstracção
depois da noite maior.
31/10/11
No limbo...
No limbo todos os dias são Domingo.
Ramón Gómez de La Serna, Greguerías
sel. e trad. Jorge Silva Melo, Assírio e Alvim, p.57
29/10/11
Campo de paz
(...)
Quem me dera
poder renegar-me
e renascer!
Renascer de olhos enxutos
e de coração frio.
Com a mão estendida
traçar um círculo;
nele me sentar
e dele ver o mundo...
Círculo
que eu própria alargasse,
ou reduzisse...
Ó meu sonhado,
desejado
e nunca alcançado
campo de paz,
de conformação,
e de senhorio!
Irene Lisboa, "Um dia e outro dia...outono havias de vir",
vol I - poesia I, Editorial Presença, p.233
27/10/11
O sol é grande...
O sol é grande, caem com calma as aves
Em tal sazão que soía de ser fria.
Esta água que cai de alto acordar me hia
De sono não, mas de cuidados graves.
Oh cousas todas vãs, todas mudaveis,
Qual é o coração que em vós confia?
E passa um dia assi, passa outro dia,
Incertos muito mais que ó vento as naves?
Eu vira ja aqui sombras, vira flores,
Eu vira fruita ja, verde e madura;
Ensordecia o cantar dos ruiseñores!
Agora tudo é seco e de mistura:
Tambem mudando me eu, fiz outras côres.
E tudo o mais renova: isto é sem cura.
Francisco de Sá de Miranda, Poesias de ...,
edição de Carolina Michaëlis de Vasconcelos, INCM, p. 81
edição de Carolina Michaëlis de Vasconcelos, INCM, p. 81
Subscrever:
Mensagens (Atom)
25 de Abril
Na manhã da revolução - céu cinzento, dia a ameaçar chuva - não fui trabalhar, como toda a gente. Uma revolução é para isso: para dar feriad...
-
BY ARTHUR O'SHAUGHNESSY We are the music-makers, And we are the dreamers of dreams, Wandering by lone sea-breakers And sitt...
-
Aos domingos, iremos ao jardim. Entediados, em grupos familiares, Aos pares, Dando-nos ares De pessoas invulgares, Aos domingos i...
-
Donald Wolfit, Hamlet , 1936 «Para lá do organizado, do metódico, das horas certas, dos acontecimentos de calendário, das festas com os pr...