A simpatia


«Nunca teve uma súbita necessidade de simpatia, de auxílio, de amizade? Sim, com certeza. Eu aprendi a contentar-me com a simpatia. Encontra-se mais facilmente e, depois, não nos impõe nenhum compromisso. "Creia na minha simpatia", no discurso interior, precede imediatamente "e agora ocupemo-nos de outra coisa". É um sentimento de presidente do Conselho: obtém-se muito barato depois das catástrofes. A amizade é menos simples. A sua aquisição é longa e difícil, mas, quando se obtém, já não há meio de nos desembaraçarmos dela, temos de lhe fazer frente.» 
 
[Albert Camus, «A Queda», Editora Livros do Brasil, p.27]

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