Não começou ainda mas fustiga
já as veias a negra primavera:
o ar do meio de março outra vez liga
o coração à pele como na espera
do que já não virá, mesmo que diga
o contrário o vão eco de outra era
Pele, espelho do sol, dele te abriga
de noite a luz do céu que recupera
o brilho dos altos tectos diluídos
na infância e nos sonhos, os sentidos
tornando mais selvagens: o espesso
calor do ar de março engrossa o rio
interior do sangue, oculto fio
do passado com que o futuro meço
já as veias a negra primavera:
o ar do meio de março outra vez liga
o coração à pele como na espera
do que já não virá, mesmo que diga
o contrário o vão eco de outra era
Pele, espelho do sol, dele te abriga
de noite a luz do céu que recupera
o brilho dos altos tectos diluídos
na infância e nos sonhos, os sentidos
tornando mais selvagens: o espesso
calor do ar de março engrossa o rio
interior do sangue, oculto fio
do passado com que o futuro meço
Gastão Cruz, Escarpas, Assírio & Alvim, p.38
Para MR, com amizade.
Muito obrigada. Gostei imenso, tanto da poesia como do Arvo Part.
ResponderEliminarE talvez nos encontremos na Gulbenkian no dia 21. :)
ResponderEliminarEsqueci-me de dizer que gostei do bailado: par de bailarinos e coreografia.
ResponderEliminar:-)
ResponderEliminarPS: já tenho os bilhetes, mas esqueci-me que nesse dia tenho de estar às 14 horas no Tribunal de Faro, veremos se chego a tempo...
Espero que consiga.
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