Eu não voltarei. E a noite
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.
Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar por minha alma.
Ignoro se alguém me aguarda
de ausência tão prolongada,
ou beija a minha lembrança
entre carícias e lágrimas.
Mas haverá estrelas, flores
e suspiros e esperanças,
e amor nas alamedas,
sob a sombra das ramagens.
E tocará esse piano
como nesta noite plácida,
não havendo quem o escute,
a pensar, nesta varanda.
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.
Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar por minha alma.
Ignoro se alguém me aguarda
de ausência tão prolongada,
ou beija a minha lembrança
entre carícias e lágrimas.
Mas haverá estrelas, flores
e suspiros e esperanças,
e amor nas alamedas,
sob a sombra das ramagens.
E tocará esse piano
como nesta noite plácida,
não havendo quem o escute,
a pensar, nesta varanda.
Juan Ramón Jimenez, Antologia Poética, trad. José Bento,
Relógio D'Água, p.31-32
Relógio D'Água, p.31-32
Sendo um tema recorrente em Jimenez, e esta variação é bonita, não consegui localizar o poema no original, para cotejo. Mas parece-me boa, a tradução.
ResponderEliminarObrigada, APS. Um «achado» da Feira do Livro . Esta antologia, da Relógio de Água, tem apenas esse defeito: não tem os originais.
ResponderEliminarGosto muito, como sabe [e a responsabilidade é sua...:-)]
Gostei do poema e gostei desta colaboração entre Bernardo Sassetti e Tito Paris que não conhecia.
ResponderEliminarPerfeito! — como é, aliás, apanágio desta casa. ☀
ResponderEliminarÉ sempre uma alegria cá voltar.
NBJ
E a sua visita é sempre uma alegria! Obrigada, meu Caro NBJ :-)
ResponderEliminarQue lindo (aliás, como ele o é sempre) e puro este poema de Jimenez!
ResponderEliminarGostei muito de vir visitar o seu blog!
Abraço
o falcão
Muito obrigada, MJFalcão! Abraço :-)
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