É próprio do ser humano o amar até os seus ofensores. Chegarás a isso, se tiveres em mente: que são teus parentes; que caem em falta por ignorância, e não por vontade; que dentro de pouco estareis todos mortos, tu e eles; e acima de tudo, que te não fizeram realmente mal, pois que não tornaram a tua alma pior do que era anteriormente.
(VII, 22)
Deixa a falta a quem fez a falta.
(VII, 29)
[Marco Aurélio, Pensamentos, selecção, tradução e prefácios de António Sérgio, edições Ática/Lisboa, p.65-66]
Acho que fez uma boa escolha!
ResponderEliminar«Deixa a falta a quem fez a falta.» Muito sábio.
ResponderEliminarObrigado, APS. "Encalhei" no primeiro porque julguei ver uma contradição: começa com um «é próprio» para mais à frente acrescentar «chegarás a isso». Concluí que o "é próprio" não é ontológico mas sim deontológico, ou seja, é um «deve ser próprio». O segundo é particularmente notável [e sábio, como bem afirma a MR] por todas as razões e ainda esta: é a saída mais inteligente. Já basta o peso das nossas faltas, quanto mais carregar com as dos outros... Foi a ideia que me ficou para a próxima «postagem». Veremos o que sai...
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