Relembro-nos ocultos sob a pérgula de glicínias.
A luz pingava suspensa em cachos de lilás.
Sentíamo-nos submersos num líquido turquesa
onde os gestos morosos subaquáticos pareciam
brancos e nus.
A aproximação dos lábios
teve a lentidão dos moluscos marinhos.
O teu braço cingiu-me a nuca,
as minhas mãos perderam-se no infinito
e o mundo parou assim...
Só há um beijo válido: o primeiro.
É puro, de mármore, eterno.
Merece uma estátua no meio do jardim.
Paulo Assim, Celulose, Lugar da palavra, p.19
O poema, talvez minimalista, adolescente e simbolista (isto não é pejorativo), é interessante, mas não conheço o autor. Não comungo, pessoalmente, do dogma do terceto final...:-)
ResponderEliminareu deixo um abraço.
ResponderEliminarImagens repletas, de sentidos e sinestesias...poema tão lúcido e acima da lucidez...assim como todas as primeiras coisas que experimentamos na vida...
ResponderEliminarBeijos.
Genny
Para APS: Também não sou dogmática :-) Sobre o autor, passo a citar: «Paulo Assim, pseudónimo de Paulo Carreira, nasceu em 1965. Em poesia, além deste Celulose, tem participações nas I, II e III Antologia de Poetas Lusófonos, das Edições Folheto, de Leiria; em prosa, tem publicado o romance A Quinta-feira dos Pássaros, prémios Paul Harris 2005 e Gaspar Fructuoso 2009.» Encontra mais sobre ele aqui:
ResponderEliminarhttp://comlivros-teresa.blogspot.com/2011/03/celulose-poesia-premiada-de-paulo-assim.html
Para JAD: E eu retribuo o abraço :-)
ResponderEliminarBj, Genny, grata pela visita.
ResponderEliminarEncantado com a combinação. (E babado...)
ResponderEliminarAbraço,
Paulo
Encantada por receber o poeta na minha «casa» e por saber que gostou... :-)
ResponderEliminarAbraço